Meu Pai É um Imame em Gaza: Hamas o Sequestrou por Ele se Recusar a Ser um Fantoche
No último fim de semana, vinte homens mascarados arrastaram meu pai. Seu crime? Ele se recusou a manipular o cérebro de seu povo com a política deles.
O relato abaixo foi escrito por Ala Mohammed Mushtaha e publicado no dia 4 de janeiro de 2024 no site “The Free Press”.
No sábado, 30 de dezembro, nossa porta da frente foi arrombada, e vinte homens mascarados invadiram e levaram meu pai, um imame amplamente respeitado e profundamente erudito aqui em Gaza.
Um o arrastou pela cabeça, e outro o pegou pela barba. Meu irmão mais novo tentou intervir e negociar com os sequestradores, mas eles o espancaram. Eu tenho uma condição médica que dificulta minha respiração, então tudo que pude fazer foi assistir enquanto o horror se desenrolava.
Eu sei que, se o Hamas matar meu pai, eles dirão que foi o exército israelense. Mas meu pai estava muito empenhado em que, mesmo que ele morresse, deveríamos tornar público as demandas desprezíveis que eles fizeram a ele. Foi seu último pedido para nós, literalmente enquanto ele estava sendo carregado para fora da porta, que, caso ele morresse, deveríamos publicar a verdadeira razão de sua morte, e é esta:
Ele não pregou o que o Hamas mandou. Ele se recusou a dizer aos gazenses que a resistência violenta e a obediência ao Hamas são o melhor caminho para sair do nosso inferno atual.
Esta história começa antes de 7 de outubro, e até mesmo antes de 2007, quando o Hamas assumiu o controle de Gaza.